60 anos da abertura do Concílio Vaticano II

 

Neste dia 11 de outubro, recordamos os 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II, por convocação de São João XXIII que, por esse motivo, tem sua memória litúrgica no dia de hoje. De fato, o “Papa Bom” convocara o Concílio três anos antes, na Solenidade do Apóstolo São Paulo, dizendo que a ideia lhe veio inesperadamente “qual flor espontânea de inesperada primavera”. S. João XXIII relacionou o novo Pentecostes que do Concílio se esperava com uma “maravilhosa floração de graça” aludindo indiretamente à novidade que o Espírito causa na Igreja depois de certo inverno.

Na Bula de convocação do Concílio - “Humanae salutis” - que foi assinada e proclamada na manhã do dia de Natal de 1961, S. João XIII sonhava que se repetisse na Igreja “o espetáculo dos Apóstolos em Jerusalém, depois da Ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se viu toda unida em comunhão de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, Pastor dos cordeiros e das ovelhas”. Seu pedido era que o Espírito Santo concedesse um novo Pentecostes à Igreja.
Com o discurso chamado “Gaudet Mater Ecclesia”, pronunciada na manhã de 11 de outubro de 1962, S. João XIII procedeu à abertura dos trabalhos conciliares e a natureza pastoral do Concílio: não proclamar novas doutrinas nem lançar excomunhões como no passado. O Concílio devia exprimir, com linguagem compreensível aos novos tempos, a doutrina certa e imutável contida no depósito da fé. 

Na noite de 11 de outubro de 1962, uma impressionante multidão realizou uma procissão luminosa por algumas ruas de Roma, até a Praça de São Pedro, recordando a procissão realizada pelo Concílio de Éfeso quinze séculos antes, na ocasião da definição da verdade de fé da divina maternidade da Virgem Maria. Um espetáculo que comoveu até o próprio Papa que, da janela do seu apartamento, dirigiu ao Povo de Deus uma mensagem espontânea e belíssima que mais tarde ficou conhecida como “discurso da lua”, cujo texto segue abaixo.

Celebremos com alegria e gratidão este dia, iniciando as comemorações pelos 60 anos do Concílio e tendo presente que a melhor celebração será, sem dúvida, reler, estudar, compreender e colocar em prática o Concílio, para conservar a unidade na Igreja e enfrentar, com verdadeiro espírito católico, os desafios do nosso tempo!
Pe. Marcelo Cervi