PÁSCOA: VIDA CELEBRADA FAMÍLIA

PÁSCOA: VIDA CELEBRADA FAMÍLIA
- 04 de Abril de 2021
- Publicado, 00:00:00
PÁSCOA: VIDA CELEBRADA EM FAMÍLIA
“Não temais! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. [...] Ide depressa e dizei aos discípulos que Ele RESSUSCITOU DOS MORTOS." (Mt 28, 5b – 7a)
Em um primeiro contato com a palavra “ressurreição”, algumas pessoas podem pensar num médico reanimando alguém que esteve à beira da morte, trazendo-o de novo a esta vida. O cristão, porém, sabe que, com a Páscoa do Senhor, a palavra Ressurreição assume um sentido totalmente diferente, bem mais profundo e amplo. A criatura humana, criada para “viver eternamente”, se viu privada deste dom, quando aceitou livremente a força destruidora do pecado original, com todos os seus “tentáculos” espalhados pela história e que, de forma atraente e criativa, ainda continuam espalhando o mal, querendo nos conduzir à morte definitiva. Jesus Cristo, sendo maior do que tudo isto, inclusive da morte, com sua vinda entre nós (Encarnação), Paixão, Morte e Ressurreição resgatou-nos em nossa beleza e força divinas, abrindo-nos novamente o caminho para a eterna felicidade – que já começa aqui! – e que nos leva ao “céu”, plenitude de nossa vivência no infinito amor e misericórdia da Trindade. (cf. Hebreus 10, 19-21)
Esse ano, celebraremos mais uma Páscoa atípica. O agravamento do contágio da COVID 19, novas cepas do vírus em circulação e outras circunstâncias oriundas, farão com que a maior parte dos cristãos católicos celebre em suas casas, em FAMÍLIA, a Páscoa deste ano. Contudo, isso não é motivo para desânimos, revoltas ou, pior ainda, “comodismos espirituais”. As restrições que nos estão sendo impostas pelos órgãos reguladores da saúde pública, bem como aqueles inúmeros cuidados sob a responsabilidade de cada um de nós, são necessários para a preservação da Vida, nosso bem maior, e para que continuemos nosso caminhar em vista de dias melhores, da “Terra Prometida”. Recordemos, meus filhos, que a primeira Páscoa, em certo sentido, também foi celebrada assim, com restrições, cuidados e no seio da família. Entre múltiplas recomendações encontradas no livro do Êxodo, capítulo 12, os homens de Deus transmitiram as palavras do Senhor para que fosse preparado “Um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa”, pois o Senhor iria passar por cada uma delas.
Por isto, a nossa maior Festa – a Páscoa – é para ser celebrada em clima de fé e esperança, profundo otimismo existencial, carregada de boas decisões, de adequadas mudanças, de significativas transformações, de forte espírito comunitário com toda a Igreja, de verdadeira unidade e comunhão familiar. Lembremos de que as primeiras comunidades cristãs também eram domésticas, ou seja, se reuniam nas casas dos fiéis para celebrar a fé e repartir o pão. Daí nasce o termo “Família, Igreja Doméstica” tão empregado e que, no contexto atual, precisa se tornar, cada vez mais, realidade em cada lar.
Peço ao Cristo Ressuscitado que, ao terminarmos os exercícios quaresmais e adentrarmos no seu Mistério Pascal, todos enxerguemos a Família com renovado e profundo sentido de amor, unidade e espiritualidade. Motivados pelo Ano Pastoral Diocesano da Família, sejamos criativos a fim de auxiliar a todos os lares, especialmente os mais necessitados, a saborearem as maravilhas da vida nova que vem do Alto, que enche o nosso coração, nos faz testemunhas da Ressurreição e nos torna missionários da caridade.
Contando, também, com suas preciosas orações, por mim e pela diocese,
peço a Deus que os abençoe, meus filhos e filhas,
com as verdadeiras alegrias da Páscoa do Senhor Jesus!
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Bispo Diocesano